segunda-feira, 1 de abril de 2013

Sorte

Sempre me considerei uma pessoa de sorte. Não pelos motivos mais óbvios, afinal nunca ganhei na loteria, nunca ganhei um bingo se quer, rifa ou sorteio. Sortuda porque aprendi desde cedo com minha mãe que devemos agradecer por tudo o que temos. Ela sempre repete: "Por tudo dai graças!" E sempre tenho a impressão de que por mais difícil que seja a situação pela qual esteja passando, sempre poderia ser pior. Sortuda também porque sempre me considerei uma pessoa carismática, que chama a atenção e responsabilidade pra si e, no trabalho, sempre achei isso muito bom. Sortuda ainda porque tenho uma família maravilhosa.

Só que de uns tempos pra cá, venho preferindo trocar a palavra "sorte" por "merecimento". Porque na verdade acho que "ser sortuda" não me resume. Até me diminui de certa forma porque dá a falsa impressão de que tudo cai no meu colo sem que eu faça o menor esforço. E não é bem assim. 

Semana passada ou há 2 semanas, não sei, eu estava junto com um professor meu recebendo o feedback de uma assistência de aula feita pelo Departamento de Ensino, por uma pessoa que amo demais, minha amiga Cacau. Entre seus comentários, ela me disse que eu era uma sortuda por ter um grupo de professores da melhor qualidade e sei que, vindo dela, que me conhece muito bem, esse comentário está apenas concluindo um trabalho que comecei há tempos e que ela viveu comigo de perto. Ela sabe o quanto é difícil lapidar talentos, potencializar as qualidades de um, abrandar as falhas de outro e - porque não? - excluir com dignidade quem não se encaixa no perfil da equipe. 

Eu trabalho muito, me entrego muito, visto com vontade a camisa de tudo o que faço, pra achar que seja somente uma questão de sorte. Quando comecei, nova e já ocupando um cargo importante, tive que provar muita coisa pra muita gente. Até pra mim mesma porque achava que tinha sido escolhida simplesmente porque minha estrela brilhou entre várias pessoas excelentes em um processo seletivo. A porta se abriu pra mim, talvez sem tanto esforço, pode ser, sim. Mas eu a mantive aberta com muito empenho e entrega. 

Por isso é que hoje, apesar de continuar a me sentir bem sortuda, me sinto também muito recompensada por ter, depois de tantos anos de trabalho, chegado a um ponto em que tenho ao meu lado tantas pessoas maravilhosas, de qualidade e profissionalismo espetaculares. E não posso evitar pensar na frase de Thomas Jefferson que diz: "Eu acredito demais na sorte. E tenho constatado que, quanto mais duro eu trabalho, mais sorte eu tenho." 

Quer ser uma pessoa sortuda? Arregace as mangas e trabalhe forte.  

2 comentários:

  1. Puro merecimento, loira!! Tenho orgulho de feito parte de sua primeira equipe em Del Castilho e sempre te admirei muito. Sempre despachada, prática, sensata e acima de tudo com um carisma incomparável. Te adoro! Bjs, Drica (flamenguista irritante)

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    1. Dri, eu também tenho muito orgulho de ter lhe conhecido naquela época. Você sempre foi um modelo de profissional e desde aquele tempo vislumbrei que queria trabalhando comigo gente pró-ativa, cheia de energia e vontade de fazer as coisas acontecerem como você. Seu único defeito é torcer pro time errado!!!! kkkkkkkkkk Te gosto demais!!!

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