terça-feira, 20 de maio de 2014

Disney com pequenos










Desde que voltei de Orlando, a pergunta que mais escuto é: "E aí... Como Miguel se comportou?" Na verdade, o que todos querem saber é se vale a pena levar seu filho pequeno pra andar em tantos parques - andar muito - e se ainda assim ele se diverte e aproveita o que há pra ser aproveitado por eles. O que todo mundo quer saber é se vale a pena investir tanta grana pra levar seu filho ainda tão novinho. E minha resposta é que depende. Depende do filho que você tem e do tipo de férias que você quer ter. 

Bom, cada experiência é uma experiência e, pra mim, o principal é você conhecer o filho que tem. Todo pai tem uma noção ou deveria ter do que esperar do seu filho em situações desgastantes. Disney World é divertido e tudo é muito lindo, sim, mas não dá pra tapar o sol com a peneira: seu filho vai ficar de lá pra cá o dia todo, pode ficar irritado, pode querer dormir até mais tarde, pode querer fazer coco no parque, pode chorar na hora de entrar em um brinquedo depois de quase uma hora de fila. Por isso, é melhor considerar todas as hipóteses antes de se decidir. E tem outra coisa a ser ponderada: você vai querer passar suas férias tendo mais trabalho do que teria se tivesse ficado em casa? Sim, porque quando você viaja com um bebê, é preciso carregar o mundo na mala e a cada dia o mundo deverá vir na mochila que carregará nas costas. Por tudo isso é que eu tinha certeza que antes dos 4, 5 anos, eu não viajaria pra Disney com o Miguel. Não era nem por ele, não. Era por mim mesmo. Férias são pra se divertir e esquecer dos probleminhas chatos do dia-a-dia e eu nem cogitava a possibilidade de passar minhas férias carregando um bebê que ficaria irritado no meio de tanta gente, de tanto barulho, de tanta luz. Não poderia cogitar a possibilidade de ter o mesmo trabalho que já se tem em casa quando se tem um bebê, com o agravante de você não estar na sua casa. Eu queria muito levar o Miguel pra Disney, mas queria que ele já tivesse maturidade pra aproveitar e pra me deixar aproveitar. 

Então, conforme Miguel foi crescendo e me mostrando seu comportamento em outras viagens menores, tive a certeza que o levaria com 5 anos ou quase cinco (Miguel fez 5 anos agora em maio e fomos em abril). Ele já tinha a altura mínima pra andar na maior parte dos brinquedos (42" ou 107 cm), desconsiderando as montanhas-russas, é claro, e mostrava, além de uma vontade muito grande de estar lá, um espírito leve e desencanado. Sendo assim, achamos que valeria a pena antecipar nossos planos, já que inicialmente pensamos em levá-lo quando estivesse com 7 anos. 

No primeiro dia de parque, notei que Miguel não estava esperando por aquilo que viu. Por mais que a gente imagine o que é estar em Disney World, não dá pra ter real noção a menos que se esteja lá. E foi isso o que aconteceu com ele. Notei uma certa insegurança com o ambiente. Nada que fugisse do esperado: Miguel é assim, precisa sentir as pessoas, o ambiente, precisa "entender como a banda toca" e qual o ritmo das pessoas com as quais está lidando, pra descobrir como se portar. Depois que ele entende isso, a coisa flui muito bem. E lá não foi diferente. Miguel logo entendeu a dinâmica de nossos dias, entendeu a hora de acordar e as atividades que fazíamos durante o dia, entendeu que não havia muita variedade de comida dentro dos parques e nem se importava de comer o que eu trazia pra ele. Se fosse nuggets, ok. Se fosse cachorro-quente, beleza. Se fosse pizza, melhor ainda. Miguel nunca reclamou de acordar cedo e nem de cansaço. Não dormiu durante o dia nem uma vezinha. Olhos bem abertos, não perdeu nem um detalhe. Miguel se divertiu e deixou que a gente se divertisse muito. 

Então, como cada criança é uma criança, não dá pra estabelecer uma idade ideal pra fazer esse tipo de viagem mais longa. Isso tem a ver com a viagem que você quer ter e com a criança que você tem. É como eu falei, eu não queria carregar um bebê pra cima e pra baixo, trocar fralda de coco, parar pra dar mamadeira. Queria viajar com meu filho entrando no meu ritmo, uma criança que já falasse claramente o que queria e o que não queria, que pudesse aproveitar realmente os parques. Não sei da realidade de outras pessoas, mas uma viagem pra Disney com filhos é um dinheiro considerável. Pelo menos pra mim. Eu queria fazer uma viagem confortável, que pudesse comprar pro meu filho os brinquedos que desejasse e nos programamos pra isso. E esse foi mais um motivo pra pensarmos em levar o Miguel com uma idade na qual pudesse, de verdade, tirar proveito de tudo. E estávamos certos. Fomos na idade ideal pra ele e pra nós. E fizemos uma viagem inesquecível, cheia de momentos lindos, de muitas gargalhadas, de muitas lágrimas (minhas, pra variar!) e de muitos olhares cúmplices. Uma viagem de bençãos e de muitos agradecimentos. Por isso tudo é que, quando ouço meu filho dizer com tanta felicidade "quero voltar pra Disney!!", sei que propiciamos a ele e a nós dias de divertimento em família únicos. E isso ficará guardado em nossos corações pra sempre. 


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