segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Contradição


Sinto que vivo uma contradição desde que me tornei mãe. É uma experiência que chega a ser engraçada... Não sei se vou conseguir me explicar, mas, muitas vezes, acho que enlouqueci ou estou em vias de.


Quando o Miguel cai no sono, por exemplo, fico felicíssima porque penso nas muitas coisas que poderei fazer com treanquilidade enquanto ele está dormindo. Beleza. Aí, quando ele dorme direto, durante muitas horas, começo a ficar preocupada. Levanto e vou lá, no seu quarto, dar uma olhadinha pra saber se está tudo bem e, não raro, olho bem pra barriguinha dele pra ver se ela está subindo e descendo em sinal da sua respiração. Constatado que sim, ele está vivo, graças ao bom Deus, fico aliviada. Aí, quando ele acorda, depois de 20 minutos já estou pensando que queria que ele dormisse mais um pouco. Vai entender...rs...


Outra coisa muito intrigante é a velocidade que se vai do ódio ao amor. Em um momento estou de saco cheio, querendo me jogar na cama, fechar a porta do quarto e deixar o Miguel quebrando a casa toda desde que esteja do lado de fora do quarto. No momento seguinte, essa criaturinha gorda sai correndo pra perto de mim, me abraça com tanto carinho que penso como é que vivi até hoje sem essas mãozinhas gorduchas me apertando.


Muitas vezes, tarde da noite, depois de um dia inteiro de trabalho, quando ele está quase dormindo no seu bercinho, abraçado com o travesseiro que mais gosta, olho pra ele e o amor que sinto é tão grande que tenho vontade de chorar. É um amor que enche meu peito, aperta por dentro e só desaperta quando eu choro. Um choro de felicidade. Um choro de emoção por pensar como Deus pôde ser tão maravilhoso comigo e deixar aos meus cuidados um menino tão esperto e carinhoso. Um filho de Paula e Hugo. Nossa... Acho que não sei explicar mesmo esses extremos que a gente vive quando uma criança entra em nossa vida.


Sempre me disseram que casar diminui a frequência sexual do casal. Eu não acho mesmo. O que diminui é ter filhos. E aí vem mais uma contradição do Miguel: ele que toma todo o meu tempo e quase toda a minha energia e a do Hugo, não se cansa de abrir o armário onde guardamos as camisinhas e simplesmente adora pegá-las e entregá-las pra mim com aquela carinha sapeca como quem diz: "Você não está precisando delas?" E eu penso: "Sim, filho, estou precisando usá-las. Mas pra fazer isso, você precisa me dar uma trégua, ok?" Acho que ele entende e rapidinho volta pro armário, coloca as camisinhas lá dentro, fecha a porta e dá o caso como encerrado. E ainda olha pra mim e ri. Ele me prefere mesmo toda pra ele.

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