segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Viajar: com ou sem bebê?

Recebi um e-mail de uma pessoa muito fofa que trabalhou comigo durante uns 8 anos e, agora, devido a distância, só nos falamos por e-mail. Ela tem um filhinho de 2 anos e meio e, para minha surpresa, me mandou umas fotos dela com o seu bebê em Buenos Aires. Não vou mentir, a primeira coisa que veio a minha cabeça foi: que corajosa!!! Viajar de avião com uma criança... Conseguiu descansar? E ela me responde que essa já foi a segunda viagem a três e que foi mamão com açúcar porque a viagem de avião até Buenos Aires dura só 3 horas. Disse que no ano passado foi a Paris com o bebê que, na época, tinha 1 ano e 10 meses... Ai, fiquei de boca aberta. Uma viagem enorme, gente do céu.

Não consigo pensar em fazer uma viagem tão longa de férias tendo que pensar em alterar toda a rotina do meu bebê, em tudo que terei de levar para o conforto dele, em toda a logística que terei que preparar antes da viagem. Eita que só de pensar já me canso e desisto de viajar. Se é pra ser assim, por enquanto, fico em casa mesmo...rs...

Como as pessoas são diferentes, como não existe mesmo certo e errado quando se trata da individualidade e de características pessoais. Eu não me imagino DE JEITO NENHUM dentro de um avião, com o Miguel, preocupada se coloquei tudo o que ele precisa na mala, se o leite dele, as coisinhas das quais ele pode precisar estão na minha bagagem de mão e rezando, ao mesmo tempo, pra ele não ser o que ele é: criança. Sim, porque meu filho não é hiper ativo mas como toda criança, não fica sentado muito tempo, quer se mexer, quer andar. Eu sempre detestei crianças chorando no meu ouvido, seja em restaurante ou avião e, talvez, por isso, eu tenha tanta preocupação de não chatear as pessoas que estão por perto. E não estou dizendo aqui que não acho natural que crianças se aborreçam ou fiquem entediadas e chorem. É perfeitamente natural, mas é por isso que prefiro esperar o Miguel ter um pouco mais de entendimento pra viajar com ele. Acho que vou esperar até os 3 anos, pelo menos.

Também não estou dizendo aqui que eu esteja certa. Acho apenas que é meu modo de lidar com minhas neuras. Minha amiga falou também que nem pode pensar em ficar longe do bebê dela, que não há a menor possibilidade de viajar sem ele, só com o marido. Ela disse que nem se divertiria... Fiquei chocada. Como somos diferentes. Eu nem penso em levar o Miguel. E não é por falta de amor não porque sei que será difícil pra mim, que sentirei muita saudade da minha delicinha, mas também sinto saudade da Paula que anda de mãos dadas com o Hugo sem carregar uma bolsa cheia de fraldas, mamadeiras. Essa Paula continua aqui, eu sou a namorada do Hugo e quero, por alguns dias, pensar que o Miguel está bem com a minha irmã, na creche e com minha mãe. E quero me divertir sim. Muito.

As pessoas têm seus atalhos pra felicidade. Cada um é de um jeito. Eu me conheço e tenho certeza de que vou aproveitar muito esses dias a dois. Não me acho egoísta, escolhi ter filhos mas não ser a madre Tereza. Escolhi dar o que tenho de melhor ao meu bebê e só poderei fazer isso se tiver a oportunidade de ser a Paula que sempre fui. Sou muitas. Sou filha, sou esposa, namorada, irmã, chefe, funcionária. Também sou mãe. Mas não sou só mãe. Nunca serei só mãe.

Um comentário:

  1. Oi Paula linda, adoro passar por aqui... em relação ao que escreveu é engraçado, mais acredito que se um dia sentássemos em uma mesa pra conversar não ia era faltar assunto... sou exatamente assim, nunca deixarei de ser mulher para ser mãe, não acredito nessa exclusão de uma em função da outra. Acredito que coexistindo e satisfazendo-se as duas seremos mais felizes, mais verdadeiras, e, dessa forma, mais plenas nas diversas que somos...bjos

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